segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Os sete


Vou falar sobre os sete, mas uma coisa de cada vez. Hoje faz 366 dias sem você...
A gente se surpreende. E aí depois se arrepende. Aí chega a parte em que a gente aprende. Tudo dói. Quando tudo que você conhece se torna fraco. Quando tudo o que você enxerga é opaco. Quando para viver é necessário pisar nos cacos e finalmente você conhece a dor de verdade. Quando você não tem nada, quando desaparece toda a vaidade é aí que você sente como é. Doer de verdade. Não é uma dor física, mas eu podia jurar que estava sufocado, que não respirava direito. Não deveria doer tanto, mas eu não consegui dormir por várias noites. E você procura um jeito de não ser tão doloroso, mas o sofrimento existe num tempo vagaroso, que dura o mesmo tempo que os dias felizes, mas ao mesmo tempo leva uma eternidade a mais para passar. E aí vão apontar o dedo na sua cara e dizer que não é tão ruim assim, ou dizer que é o fim da linha para você. Outros vão dizer que a culpa foi sua, que você poderia ter evitado. Calma, você sentiu cada palavra cortar você, de dentro pra fora. Até quem você não esperava te surpreendeu com as pedras na mão. Como se alguém tivesse mesmo culpa. Não se culpe. Nós não devemos nos culpar... Devemos ficar juntos e aprender. Juntos, entendeu? Quem não entende a força da união sai correndo pelo caminho mais fácil e abandona quem um dia foi importante. Eu não sei o quanto dói para vocês, e eu sinto muito não poder fazer nada. Eu queria poder roubar um pedaço de suas dores para mim. Eu juro. É para isso que servem os amigos, certo? Embora seja tarde demais para dizer e agradecer, obrigado. Eu sempre acreditei que pudesse fazer a diferença no mundo. Ainda acredito, por sinal. Dizem que tudo acontece por uma razão. Uma faísca para alguns causou uma explosão dentro de mim. Eu mudei. Tenho um sonho, e não vou parar até que ele se realize. Estou meio afastado dele, mas ele está logo ali, e logo será algo palpável.

É estranho pensar que não dependemos só de nós mesmos. É estranho pensar que precisamos de sorte. Quem já venceu alguma batalha contra a morte? Mas quem fica só continua com a certeza de que irá algum dia também. Ninguém quer viver para sempre. Só precisávamos de tempo para amar um pouquinho mais. Só precisávamos de mais um sorriso, mais uns dias... Para conversarmos, para que pudéssemos nos entender e ouvir um riso confortante mais uma vez. Hoje faz um ano sem o José Eduardo e eu sinto como se tivesse falhado. Sabe, havia seis amigos do meu irmão mais novo, o Matheus (Tchoka), seus nomes são João Guilherme, Rafael, Guilherme, Diogo, José Eduardo, Luís Felipe. Eles sempre vinham aqui em casa. Não sei se foi algo tão agradável para o meu irmão mais novo saber que eu roubava um pouco os holofotes de seus amigos, mas ele sempre sentiu orgulho de mim. Nossa! Como o irmão do Matheus é legal! Nossa! Ele é 4 anos mais velho e nos trata tão bem. Foi assim... Desde que eu tinha uns 10 anos, e eles ainda com 6 já vinham aqui. Foi mesmo. E por muitas e muitas vezes eles se reuniram para ouvir as boas histórias que eu contava dos meus amigos. Sentavam todos em volta, como se eu fosse o melhor palestrante do universo. Eu sei que eles não escolheriam outro. Eles estavam ali para me ouvir. Eles sempre esperavam que eu os fizesse rir. Mesmo novo sempre tentei guiá-los por um caminho diferente. Eu estive com eles na sala e no quintal, no MSN, no Ragnarok, nos tempos de WWE. Só contando o quanto eu era apaixonado por WWE todos se apaixonaram e começaram a ver. Acreditam que essa molecada incentivou o resto da turma de escola, e faziam lutas de dupla no tatame do colégio? A ‘brincadeira’ acabou após um menino ser pego num DDT (essa vai só para quem entende de wrestling) e acabou mordendo a própria língua no impacto do golpe. Sangrou a beça! A dimensão que tomou foi absurda! Crianças de 10 anos brigando propositalmente por serem fãs de wrestling? Tudo ficou bem no final. Eu sempre tentei por meio das minhas palavras e das minhas atitudes proteger esses meninos, mas de algum jeito eu nunca tive coragem de afastá-los de mim. Não fazia só graça. Minhas lições de moral sempre vinham embutidas nos discursos de vida, nos discursos engraçados e nos sérios. Fazer o bem. Ser o bem. Ser o que é. E matar aula. Sim, pais e mães, me desculpem. Eu como um grande matador de aulas no passado e no presente os incentivava a fazer isso, mas não se preocupem, eles nunca mataram tanta aula quanto eu (ufa, a única parte negativa não deu resultado).

Eu vim aqui para dizer que amo vocês todos. O tempo passa, e afasta de nós tudo que é nosso e tudo que poderia ter sido, mas o vento não leva ninguém embora. Vocês estão logo ali. Não vejo o Diogo faz uns 3 anos. O João, o Luís e o Gui estão sempre aqui em casa. O Rafa foi para São Paulo, mas ainda vem nos visitar. Hoje faz um ano sem você, Zé. Se eu disser não vão acreditar, mas acho que vale a pena dizer mesmo assim, para caso você esteja lendo o meu blog de algum lugar. Você vai acreditar. Nós éramos parecidos. De algum jeito, de alguma forma, muito parecidos. Eu fui melhor amigo de um cara chamado João Carlos. O tempo nos afastou, mas ainda sinto que ele me conhece melhor do que muita gente. Ainda somos amigos. Eu também o conheço bastante. Nossos pensamentos muitas vezes eram iguais, e até a maneira em que articulávamos as piadas eram iguais. Achavam que nós éramos irmãos. Com você eu também me sentia um pouco assim. Por mais que nunca tenhamos chegados perto de sermos melhores amigos, mas você era como eu, e eu me sentia bem com você por perto. Eu só vim aqui para dizer que te amo também como um amigo e que você faz falta. Lembra quando dormiam vários amigos do Tchoka aqui em casa e você e o Gui eram os únicos voluntários a dormir no chão? Lembra das brigas na piscina? Lembra de tudo que o João Guilherme apostava, duvidando que fossemos capazes de conseguir fazer? Ele aposta com tudo até hoje! Hahahahahahah... Vocês são demais! Podíamos ter nos enfrentado no cartola, mas eu me atrasei para criar a liga. Me perdoa! E obrigado por ter sido a faísca que eu precisava para explodir! Isso me ajudou muito! Eu sempre imaginei que no futuro olharia para os meus sete meninos (e vão ser sempre meus sete meninos, queiram ou não) e sentiria orgulho de todos eles. Serão sempre os meus 7. O futuro é hoje e eu estou orgulhoso. De todos vocês! Não sei se cumpri meu papel como referência, pois ainda sou novo e só tenho meus princípios e teorias, mas ao menos tentei ser um bom amigo, um bom ‘irmão mais velho’. Eu sou mesmo muito grato por terem me dado essa chance! Muito obrigado por também serem meus amigos!


Essa postagem também é dedicada a todos os meus outros amigos. Desculpem por eu ter me afastado! Um dia todos vocês vão entender. Obrigado Carlinhos, João Carlos, Fernando, por terem sido meus melhores amigos. E obrigado a todos os outros amigos que nunca deixaram de ser meus amigos.

"Enquanto existir um louco que acredite, nenhuma causa está perdida. Enquanto existir uma pessoa que se lembre, quem foi permanecerá vivo para o resto da eternidade em nossos corações".