quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Eventualmente encontrando

Eu não sei o que vim fazer aqui hoje, mas quem procura eventualmente encontra, certo? Eu sempre senti que este espaço me acolheria tão bem quanto poderia, e que não me deixaria morrer antes do momento certo. Assim como Macabéa eu terei a minha hora da estrela. Hoje quero saber a sua opinião, meu leitor. Pode um blog manter alguém vivo? Minha resposta é sim. Nunca apaguei uma vírgula do que escrevi aqui e vai ser assim para o resto dos meus dias (e espero que o blog permaneça aqui até lá). Eu já fui muito cabeçudo, e ignorante em alguns assuntos, mas no desespero e fogo da minha juventude eu precisava falar. Eu precisava extravasar o meu sentir e embora mesmo aqui eu tenha sido julgado inúmeras vezes, nunca deixei de estender a minha mão em prol das boas causas nas quais acreditava. Eu compartilhei aqui quase que exclusivamente meus momentos de rimas infantis (quando mentiram para mim que eu era bom nisso) e meus momentos de fúria incandescente. Assim tenho dois espelhos de como eu costumava ser no passado: minha boa memória e meu blog. Certamente há coisas e talvez posicionamentos aqui que me deixarão envergonhado, mas me orgulho da minha evolução ao longo dos anos mais do que da sombra do que eu fui um dia. Reconheço que a menor parte do blog é destinada a falar de vida, liberdade, amor (e isso não me agrada) e espero ser capaz de mudar isso daqui pra frente. Tendo isto em vista, chego até a pergunta que queria fazer aos meus leitores desde o início. Você assim como eu provavelmente já chegou a conclusão de que o mundo precisa de mais amor e menos ódio, mas se o mundo precisa de mais amor por que ele normalmente o rejeita? As perguntas mais difíceis que fazemos são aquelas que as respostas passam longe da ponta da língua. O amor é receptivo, é abrasador, é contagioso, e é em muitos aspectos a melhor coisa que se pode encontrar na vida. Por que diabos então as pessoas rejeitam o amor?


Se você achou que eu teria uma resposta para uma pergunta tão problemática errou feio. Tenho vagas ideias, mas nada embasado e concreto. Nada perto do que é preciso... Eu seria muito presunçoso se aos meus vinte e três anos pensasse que tenho maturidade para resolver algo tão complexo. Todos nós sabemos que a resposta para a vida, o universo e tudo mais é 42, mas ainda não conseguimos descobrir qual era a pergunta. Você faz alguma ideia? Brincadeiras à parte, uma resposta é somente uma resposta sem a pergunta. Em outras palavras você precisa muito mais da pergunta do que da resposta. Você já fez outras indagações no seu âmago que te fizessem pensar e repensar na sua vida? Porque você vê o quanto isso soa simples, mas sabe também o quanto suamos antes de ter coragem o suficiente para interpelar a nós mesmos a respeito de assuntos essenciais. Por que nos machucamos se sempre existe alguém que se importa com a nossa vida? Por que muitas vezes esperamos ser valorizados por pessoas que nos desprezam? Por que rejeitamos o amor? O mundo está desmoronando mais uma vez e só pensamos em falar na queda. Não pensamos em evitar a iminente queda, pois no fundo a maioria de nós crê ser fraco. Tentamos nos convencer de que somos fracos a ponto de não poder se meter em questões tão grandes como o futuro e o destino do mundo, mas então onde vamos parar? Quanto mais continuaremos cavando em busca do fundo do poço? Até quando continuaremos a exigir que as pessoas sejam simplesmente diferente do que são? Até quando continuaremos a acreditar do fundo de nossos corações que temos o direito de decidir pelos outros? Por que não paramos com esse egoísmo sem limites e começamos a tomar decisões de maneira a controlar somente as nossas próprias vidas que parecem sempre sair do controle? Eu simplesmente não sei.


Todos os dias eu fico pensando nas coisas complicadas e sou um homem assumidamente frustrado por não saber como resolvê-las. Quero resolvê-las, porém, e por isso continuo pensando sem parar. Confesso que às vezes vou dormir com a cabeça quente, e que também já chorei diante da minha impotência diante de situações que fugiam do meu controle, mas não existe queda vergonhosa se você faz as coisas como elas precisam ser feitas. Não existe vergonha em cair tentando lutar por algo que você sente no fundo do seu coração, mais do que tudo, que vale a pena. E é por esse sentimento que percorre minhas entranhas que eu juro que não vou me esconder nas tentativas de resolver os meus problemas, pois sei que estes são só meus, mas também não vou deixar de me preocupar com o futuro do mundo, pois eu tenho a minha responsabilidade para com ele também. No momento, o lado pessimista (ou realista) está vencendo, mas isso não significa que a batalha esteja perdida. Ainda podemos fazer com que este lugar seja melhor do que é. Lembramos que somos parte de um todo, mas raramente nos lembramos que o todo é parte de nós também. Eu não tenho interesse em saber se você é de direita ou de esquerda, se é heterossexual ou homossexual, se ama ou odeia a presidente. Não tenho interesse no seu credo, nem na sua cor, pois vejo todos vocês como pessoas iguaizinhas a mim. O que nos diferencia uns dos outros é o pensar e o agir. Meu único interesse em você que me lê é pedir para que nunca feche os olhos para a realidade do mundo e lute sempre por ele. Pense nele assim como pensa nos seus amigos mais queridos, pois o mundo também precisa de ajuda. Faça sua parte hoje. Respeite os outros. Tenha empatia para com aqueles que sofrem para que possa entender seu sofrimento e tenha empatia para com aqueles que fazem sofrer para que seja capaz de convencê-los de que há outros caminhos além deste. O ser humano é o equilíbrio, o reflexo de tudo o que existe. É ao mesmo tempo dia e noite, luz e escuridão, beleza e destruição. É, sendo humano, a única coisa que pode ser. Não posso obrigar ninguém a nada e hoje sei disso. Por mais impetuoso que você seja, por mais que carregue a verdade na sua espada e escudo, existem pessoas que morrerão mentindo e guerras que devem ser evitadas a todo o custo. Não há trunfos, pois não há também vencedores e perdedores. Tudo o que há são pessoas, e a nossa necessidade mais urgente é fazer com que as pessoas (TODAS ELAS) possam se entender. Como fazer isso é outra pergunta complicada, pois a maioria das pessoas procura se desentender, mas eu vou continuar acreditando que existe um jeito e algum dia eu vou encontrá-lo. O meu maior sonho é poder oferecer às pessoas essa chance de pensar mais até que entendam que as coisas podem ser diferentes, que de verdade, podemos nos entender. Sonho em alguma forma de oferecer a todos uma chance de valorizar mais a si, aos outros, e ao mundo. Quero amolecer os corações mais rijos, fortalecer as almas mais machucadas, e sempre estar lá para aqueles que precisarem de mim. Assim, juro que quando for capaz de fazer tudo isso eu posso ir embora deste mundo com meu melhor sorriso no rosto. Fiquem bem! Tenham um bom final de semana!

"Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti". John Donne.

Obs: Se você possuir algum dos livros que citarei a seguir, pode me emprestar para janeiro? Segue a lista: Alice no País das Maravilhas (e sequências do autor Lewis Carrol), O Pequeno Príncipe, O Mágico de Oz, Drácula (1897), As Viagens de Gulliver e O Retrato de Dorian Gray. Os citados e As Crônicas de Nárnia são as minhas leituras pretendidas para janeiro e fevereiro. Não sei o tamanho dos respectivos livros, mas terei bastante tempo livre e pretendo ler todos os que conseguir emprestado. Obrigado! Beijos! 

Ah, querida...

Ah, querida, eu sinto muito.
Quis mudar por um instante,
mas sou mesmo tão inconstante.
Ah, querida...

Lembra-se de como era antes?
Você e eu no terraço do prédio
Eu, e você meu remédio
E agora o que sobrou?

Ah, querida, eu sinto tanto.
Foi a nossa última balada de amor,
e nos desencontramos na despedida.
Por que é assim que acontece?

Ah, querida, eu sinto muito.
Por não ter mudado as coisas
com a rapidez que prometi e
por não ter morrido junto com
as promessas que não cumpri.

Ah, querida...
Eu sinto muito por me sentir assim.
Mas você sabe que também quebrou
a melhor parte de mim.

Ah, querida, eu sinto tanto.
Minha doce amiga e velha amante.
Quis mudar de novo por um instante
e o que foi te aconteceu?

Mas querida, não se preocupe.
Eu sei que você também sente muito.
A parte boa minha em ti morreu
E de repente tudo se transformou


Ah, querida.
Quanta coisa mudou nessa vida.
e quanta alegria virou lamento.
Mas como dizia Cora Coralina
“Nunca pra mim seu vulto se perdeu no esquecimento”. 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Extravasando

Acho que faz dois meses que não escrevo aqui, mas às vezes você precisa de algum espaço para extravasar. Quando as pessoas rompem o limite, aquela tênue linha que abrange valores e princípios, que consiste primeiramente em respeitar o próximo, você simplesmente respira fundo por cem vezes para não perder a cabeça. Respeitar. Eu me enojo de ver gente que não sabe o valor do respeito. Gente que não sabe respeitar as pessoas que fazem parte da sua vida e nem as pessoas que fizeram parte da sua vida. Com o passar do tempo à importância de cada um que nos cerca muda e isso é um fato. Alguns amigos não mais serão amigos; desconhecidos se tornarão novos amigos; namoradas se tornarão ex-namoradas ou quem sabe esposas. Independente do que ficar para trás em nossos caminhos inéditos em busca do futuro nunca é demais que nos lembremos das coisas que aconteceram. Quais coisas? Se possível todas as coisas! Das partes de sofrimento e das partes doloridas, das chegadas e das partidas, das mentiras e das verdades, dos amigos, dos amores, até das inimizades... E tentar atribuir a cada coisa seu respectivo valor. Você não precisa amar todos os seus momentos nem precisa relembrar a todo tempo seu passado, mas precisa respeitá-lo porque ele existiu. Você não pode passar uma borracha nas coisas ruins e reescrever a sua história criando uma ficção. A vida é feita de coisas que aconteceram e não de coisas que gostaríamos que tivesse acontecido. Para aquele que é maduro cada acontecimento é um aprendizado. Cada erro, cada lamúria, cada momento alegre, cada qualquer coisa é uma oportunidade de crescimento, e quem não cresce, cedo ou tarde fica estagnado.


O inventor de passados perdeu a chance de ter um grande futuro. Ele misturou tanto as memórias com os sonhos, os sonhos com as mentiras, as mentiras com as verdades, que tudo acabou se tornando uma coisa só. Dessa maneira sua essência apodreceu e ele perdeu todo o seu valor passando a esquecer de sua própria identidade. O inventor não quis respeitar quem já não mais fazia parte da sua vida. Ele só queria saber de atropelá-los com um rancor fulminante que não lhe era totalmente devido. Inventou mais e mais e mais. Nada o satisfazia... Em toda sua esperteza procurou novos meios de se resguardar cada vez mais, pois a sua vida passara a depender do seu próprio segredo: a história que inventava. Passou então a utilizar o Criador como um escudo, pois quem seria louco de agir contra as vontades Dele?
Se eu estou com ele, independentemente da situação agravante, independente de tudo, agora sou invencível. Intransponível. Falarei o que eu quiser mesmo que isso seja uma história fantasiosa da minha mente, que ele me protegerá, ou ao menos os que acreditam que eu estou com ele me protegerão”. 

E assim as coisas continuaram... Dez choraram, mas entre eles um não estava extravasando de verdade. Ele só era bom ator e estava infiltrado, pois como existem as forças das quais devemos nos apoiar também existem as forças das quais devemos ficar afastados. Os outros nove se arrepiariam se tivessem um pequeno sobressalto sobre o que passava no coração daquele último, mas eles nem desconfiaram e é aí que reside o perigo. O inventor de passados se gaba, pois têm a vantagem, mas treme simultaneamente, pois seu segredo é sua ruína e ele não aceitaria morrer guardando esse segredo. É claro que não bastava que ele soubesse. Ele tinha que contar para algumas pessoas. Qual é a graça de ser tão esperto se ninguém souber que você é assim esperto? Ego. Qual é a graça de tirar vantagem se ninguém souber que você tirou essa vantagem? Ego. Qual é a graça de ser o causador de uma ruína se ninguém saberá o nome do algoz que a tornou possível? Ego. Qual é a graça de inventar uma história de sofrimento se você não for a própria vítima que sofreu tanto antes de encontrar sua paz? Ego. No final ele sabia como todos acabaram descobrindo seu disfarce e todas as coisas que ele havia persuadido uma multidão a acreditar. Ego.


Você pensa que existe um limite onde os seres humanos podem chegar? Pensa que realmente existe um limite para qualquer coisa? Não existe. Inclusive não existe limites para a nossa própria arrogância e imbecilidade. Deus, de repente, se tornou um escudo para nos proteger de quem fomos ou quem somos. O que estamos nos tornando? Babacas preconceituosos de todas as estirpes. “Sou o que mais entende de política, com o melhor gosto musical, e vocês são apenas pessoas limitadas intelectualmente que não entendem nada”. Ah é? Será? Ou será que já deixamos o ego assumir e nem mesmo percebemos? Aristóteles disse uma vez que a coragem é a mais importante das qualidades porque é a qualidade que define todas as outras. Eu acredito sinceramente que nós devemos ser corajosos e humildes. Humildes para reconhecer que não somos donos da verdade e nem sempre estaremos certos, que cometemos erros, que precisamos aprender que precisamos nos curvar de vez em quando. E corajosos... Corajosos para sabermos pedir desculpas, corajosos para levantar depois de um grande desapontamento, corajosos para bater no peito e admitir nossas falhas, corajosos para enfrentar o dia seguinte, corajosos para liderar uma revolução se preciso e também para acalmar uma briga se necessário. Corajosos para não inventarmos pretextos para nossas falhas individuais, e corajosos para admitir o que somos. Por que nos envergonharmos do que somos? Se não somos bons o bastante, ora, por que não nos esforçamos para melhorar? Qualquer um independentemente de qualquer coisa possui condições de crescer e melhorar. Qualquer um tem a capacidade de ser exatamente quem pretende ser. Não pense que por mais simples que sejam seus objetivos e sonhos você terá facilidade em alcançá-los, mas se você for humilde, corajoso e esforçado conseguirá ser quem pretende ser e verá que a necessidade de mentir, de inventar histórias, de ser inescrupuloso nunca existiu. Você perceberá que todo o tempo você sempre pôde ser mais. Não somos todos iguais, e principalmente por isso temos que aprender o valor do respeito. Queremos desesperadamente “nosso lugar”. Queremos amar antes de respeitar. Queremos o que queremos para agora, e não aceitamos a espera que muitas vezes é necessária, pois muitos de nossos desejos são efêmeros... Eu não tenho muito que ensinar, mas tenho consciência de que por mais que tenha aprendido valiosas lições, ainda tenho milhões de coisas a aprender. De qualquer forma, hoje posso dizer que sinto orgulho de quem sou e de quem me tornei... Vivendo no caminho que escolhi, sou verdadeiro e respeitoso com todos, e procuro corrigir minhas falhas. Vou, e torço para que os inventores de histórias e passados extravasem essa criatividade em bons livros, mas que se toquem de que vale mais a pena viver a própria vida do que perder tempo recriando sua própria vida e de outras pessoas baseando-se em coisas inexistentes, pois no final isso não vai levar a nada além de uma consciência deturpada e uma percepção medonha sobre o que é a realidade que os cerca. Não se pode fugir de nada nessa vida. Quanto mais corremos mais cansados ficamos, e chega um momento em que estaremos tão lentos e cansados, que finalmente seremos atingidos pelas coisas das quais procuramos fugir. Por isso insisto: não fuja! Eu fugi por algum tempo e nem mesmo tinha noção disso, mas eu aprendi da minha maneira qual era o meu caminho. Hoje vou à busca dos meus sonhos e objetivos, sonhando com um mundo melhor onde as pessoas poderão se entender, e percorrendo meu caminho vagarosamente, mas sem parar. Buscando a minha constância, eu continuo andando. Buscando tudo que eu persigo, eu continuo andando. Buscando ser melhor, eu sempre vou continuar andando enquanto estiver aqui. Tentando insistentemente, eu continuo andando... Acreditando no sonho impossível, eu continuo andando. Mesmo que o mundo já não pareça maravilhoso como um dia pareceu. Mesmo que meus ideais tenham murchado, mesmo que meus espelhos tenham se despedaçado diante de mim, mesmo que você procure espalhar o amor enquanto tantos procuram espalhar tanta coisa diferente, mesmo que tudo dê errado amanhã... Eu vou continuar andando e acreditando que eu tenho a força para algum dia chegar onde eu almejo, sem pisar nem passar por cima de ninguém. Esse é o caminho deste Daniel... Só o começo de sua curta história, que será cheia de altos e baixos, que ainda trará maravilhosos capítulos. Caminhando devagar ele segue em frente. Sempre.  


Boa semana para vocês! Sugestão musical para essa segunda-feira chuvosa:
https://www.youtube.com/watch?v=-axpSxgn6bw

sábado, 25 de abril de 2015

Perspectivas

Vivemos em mundo de contrastes, e isso é constatação e não suposição. Basta observar ao redor para perceber como tudo é muito diferente do “eu”. Sempre que pensarmos sobre alguma coisa ela provavelmente será encarada de diversas formas por outros. Cada vez que analisamos um assunto temos uma perspectiva sobre ele. Uma perspectiva que pode ser alterada com o tempo, com o aprendizado, com o amadurecimento, ou até mesmo com amargura, tristeza, ou ira. Fazemos a tempestade no copo d’água e quando a vida pede que sejamos tempestade, às vezes só queremos ser a calma água dentro do copo... Queremos nos esconder em algum canto e permanecer ali, quietinhos, mas as coisas não são assim tão simples. Você precisa ser coerente. Já dizia o sábio: "Aja antes de falar e portanto fale de acordo com seus atos". Você deve mostrar sua coragem no momento da necessidade, e não pode escolher ser corajoso somente em determinadas situações. Você sabe que não quer brigar, mas quando brigar é seu último recurso que outra escolha resta? Então você vai e briga, e corre todos os riscos que uma briga pode trazer, mas com a certeza de que antes ser muito valente do muito que covarde. Qual é o limite da punição por ser você mesmo? O quanto ser correto te afasta das pessoas? Por que quase ninguém se importa? Por que as coisas são assim?

Não adianta reclamar. Não me martirizo pelas consequências das minhas escolhas. É uma questão de entender que você só precisa ser homem e aguentar o tranco porque em algum momento da vida vai receber o que é seu. Vai ser recompensado pelo que faz e para aguardar esse momento é necessário ter paciência. Você precisa saber que o peso da sua diferença será admirado e também invejado. Você deve lembrar que muitos continuarão a te observar até o dia em que você cair, pois a alegria de alguns é ver você de joelhos. Também não poderá esquecer que sempre haverá muitos bem intencionados e muitos mal intencionados, e precisa saber que não precisa agir como eles. Precisa se conscientizar do quão importante essa diferença é para si e saber se no fundo do coração vale a pena ser assim. Eu não sou um cara impulsivo, mas sou direto. Geralmente organizo meus pensamentos e quando necessário os exponho, mas não tolero injustiça, e sou sincero. Talvez algumas vezes vocês também sintam como se os outros quisessem derrubá-los e enganá-los, mas as ilusões, negativas ou positivas, não podem ser mais que uma cortina em frente a sua janela. Basta você levantar da cama e empurrar essa cortina para o lado para ver o que existe no mundo real. Assim que colocar a cortina de lado, poderá ver o sol outra vez, ou a lua, ou a chuva, ou o céu cinza, ou os brilhos brancos e amarelados da noite na cidade. Poderá ver um casal se amando, e poderá ver uma criança passando fome. O fato é que uma vez que você se livrar das cortinas que embaçam sua visão, você verá o mundo em outra perspectiva. O mundo como ele é. Essa é a minha única perspectiva. Antes de se aproximar da janela você precisa estar convicto. Está realmente pronto para ver o que está lá fora?

Antes de olhar lá fora você precisa conhecer bem o dentro. Eu me conheço, sabe? Principalmente porque desde novo vivi em várias perspectivas. Uma parte da família rica, outra parte da família pobre. Alguns poderiam me dar belos presentes, outros só podiam preparar um prato simples, mas especial que eu sempre pedia: tomate com sal. Eu não sei dizer o motivo, mas mesmo novo sempre pedi o tomate com sal somente para a minha avó Malvina. Era um momento especial entre nós e algo que enchia os nossos corações de felicidade, e hoje que ela já se foi, toda vez que me lembro daquele sorriso os meus olhos ficam marejados. Aprendi também com a família, dos dois lados, o amor, que em ambos os lados nunca faltou apesar de todas as diferenças, e quando você conhece as diferenças entre as coisas e aprende a respeitá-las você passa a se conhecer, e a partir dessa experiência e de muitas outras que se sucederam eu fui descobrindo quem era o Daniel. Entendi e conheci meus vícios, defeitos e virtudes. Hoje sei onde acertei e principalmente onde errei. Isso é essencial porque a melhor maneira de crescer é olhando com humildade para os seus erros e os reconhecer, pedir desculpas a quem feriu, e aprender a se desculpar simultaneamente. Se você fizer isso estará fadado a não repetir suas falhas e automaticamente se tornará uma pessoa melhor. Mais do que gritar para o mundo seus acertos e erros, saber reconhecê-los no coração. Eu estive aqui refletindo sobre as coisas que eu nunca poderei esquecer e ri. Uma das primeiras coisas que eu me lembro e que marcam minha memória até hoje é de quando fui liberado do reforço de matemática na terceira série. Eu senti tanta felicidade por não precisar mais ir à escola à tarde para fazer aquelas aulas chatas que saí correndo para o parquinho da escola, e quando ainda correndo subi a rampa do escorregador eu bati a cabeça com muita força em um pedaço de madeira que fazia parte da estrutura do teto e caí no chão. Não tinha ninguém por perto e mesmo que naquela época eu fosse chorão, não chorei. Eu tive uma crise de riso com a minha própria atitude e experimentei uma alegria indestrutível pela primeira vez. Algo que ninguém poderia tirar de mim. Essa é a primeira lembrança muito boa, de muitas que vieram, e de muitas que virão, e que estão eternizadas na minha cabeça e coração. Muitas ruins também ficaram gravadas... De qualquer maneira foi penoso descobrir quem eu era e me aceitar. Foi difícil saber que eu tenho uma conduta que vai contra a maioria das pessoas que eu conheço e me manter firme, mas esse é o meu único jeito de ser. Sou gentil sempre que posso, mas posso não passar essa impressão por ser muito direto ou muito tímido. Diferente do que se pensa, as pessoas não mais admiram honestidade, caráter, e fibra. Às vezes você é tido por trouxa se escolhe caminhos diferentes dos usuais, mas o segredo é se manter firme. A maioria não sabe nem ao menos o que quer, então, se você já sabe, talvez esteja em um caminho melhor do que imagina. Você pode estar perto ou longe do que almeja... Isso vai depender da sua perspectiva! Só lembre-se que independente de sua perspectiva, ou do quanto as noites possam parecer mais escuras nos dias tristes... O amanhã vem para nos dar a oportunidade de começar tudo de novo e de sermos melhores do que fomos ontem! Hasta Luego, leitores! Bom sábado a noite e boa nova semana para vocês! Fiquem bem!


Aqui vos deixo uma música excelente!
Não adianta reclamar que de novo é Oasis!
https://www.youtube.com/watch?v=maTP315XZCQ

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Quase nada a dizer


Olá! Tudo bem? Eu decidi fazer esse texto para que nós pudéssemos refletir juntos sobre privilégios. Primeiramente eu gostaria de te perguntar: o que você considera um privilégio? Lembrando que para esse tipo de perguntas não há respostas certas ou erradas, mas somente respostas diferentes. E aí, conseguiu pensar? Espero que sim! Vou dizer para vocês porque me considero um homem privilegiado. Quando novo eu era um menino quieto, introspectivo, e diferente. Era o oposto da grande maioria dos outros garotos da minha idade. Eles não trocariam o futebol no intervalo por nada, mas eu era medroso e não tinha habilidade alguma. Eu costumava pensar que atrapalharia o meu time, e tinha medo de me machucar, e por isso nunca participava. Então eu me ocupava com outras coisas. Essas outras coisas eram menos importantes para o resto, mas para mim representavam tudo. Começo, meio e fim. Trocar figurinhas, completar álbuns, bater bafo, e jogar Beyblades, Pokemon, Yu-gi-Oh, etc. Eu costumava me perder nas minhas próprias fantasias sonhando em poder virar um Super Saiyajin e salvar o mundo! Ajudar as pessoas! Desejei ir para o Digimundo tantas vezes que não foi tão surpreendente para os meus pais quando deixei um ovo de páscoa na geladeira por mais de três meses com a ordem de não tocá-lo, pois, afinal, digimons aparecem de maneiras estranhas e o meu poderia estar ali. Eu era um garoto muito medroso, mas eu me lembro de naquela época nunca parar de sorrir. Eu não tinha nada e tinha tudo, sabe? E mesmo imperfeito eu tinha muitos amigos. João Lucas, os meninos da tia Arlete (especialmente o Fernando que foi o meu primeiro melhor amigo), Daniel Bacha, Victor Hugo, Carlos Alberto, Gabriel Viégas, Anísio, Guilherme, e Jorge (que era um dos mais parecidos comigo). Todos os citados são eternos patos no Nintendo 64. Você deve estar se perguntando sobre as meninas! Não, eu não falava com as meninas. Achava a maioria delas bonitas demais e quando alguma falava comigo, eu corava e ficava muito envergonhado. Tentava conversar, mas era um grande desafio! Todas as pessoas falavam que eu tinha um sorriso incrível! Era um privilégio ter uma família imperfeita que me amava tanto quanto eu os amava. Cada lembrança que cada pessoa possui da minha infância é muito mais doce e agradável do que eu me lembro, e isso me alegra, pois sem fazer esforço eu já trazia felicidade para as pessoas. Minha avó conta de quando eu congelei a calça jeans dela, de que eu fazia paraquedas para os meus bonecos (que eu sempre chamei de hominho) e usava os varais para fazê-los descer. Eu sinceramente não me lembro da vez da calça jeans, mas acho essa história divertida.


Eu sempre agradeço por me lembrar com carinho de todas as partes da minha vida. Amo muito meus irmãos e me considero sortudo em tê-los. Eu também tenho excelentes pais, sabe? Não vou dizer que são os melhores do mundo, mas eu nunca desejaria outros. Eles inclusive me deixaram ter vários animais de estimação. Primeiramente tive dois cachorros (O Rock II e a Brenda), e depois tive dois coelhos (Jack e Mel), e depois duas tartarugas (infelizmente não foram nomeadas), e um peixe (muito novo para lembrar o nome que eu dei). Também tive um galo que ganhei numa viagem com o outro Daniel da turma e com o Carlos Alberto na fazenda da família do Carlos. O nome que dei pra ele foi Gohan e ficou dos dias de pinto até galo jovem na minha casa. Não pude presenciar a maturação completa do meu amigo. Tive um hamster branco que morreu antes que pudéssemos nomeá-lo (um acidente envolvendo uma bola de futebol o levou cedo), uma criação de formigas, e um porquinho-da-índia irado que até desceu uma ladeira num trator de brinquedo, e que mesmo sendo fedido era um bom menino. Morreu cedo e se na época eu soubesse que morriam de solidão, eu teria comprado dois. Aí tive mais um coelho (Nimbus) e esse coelho era muito legal. Os outros eram sedentários e esse cavava, pulava, e corria. Eu amava muito esse coelho! Aí tivemos a Clara (uma cadela) que vai ser um eterno amor e xodó de todo mundo. Só de lembrar-me fico com vontade de chorar de tão boazinha que era. Quando eu beijava a Gi na frente dela, ela emitia um grunhido de desaprovação e ficava inquieta. Parecia estar com ciúmes apesar de gostar da Gi! Aí por um período muito curto tivemos a Sophia, que não pôde ficar em casa porque era fila e ficaria maior que a casa, e por fim hoje temos o Link! Um dia vou escrever um texto enorme só para falar do Link! Ele é demais! Ele me segue o dia todo, brinca comigo, dorme no meu quarto, e sempre tenta me beijar. Ele não gosta quando as visitas chegam (ele só se acalma quando a pessoa senta) e detesta quando vão embora. Ele também só não implica com as empregadas que trabalham lá em casa quando elas estão com roupa de trabalho, e ao ouvir a palavra passear fica enlouquecido chorando até que alguém o leve para uma volta. 


Ufa! Parei de falar dos meus animais, mas acredite você ou não está tudo bastante resumido. Isso foi para dizer que eu tive o privilégio de ter grandes animais de estimação que me ensinaram mais coisas do que muita gente que passou por minha vida. Eu também tive o privilégio de ter pais dóceis e liberais, mas rígidos quanto a nossa conduta. Eles ensinaram-me a respeitar os outros sempre, a ter paciência com os mais velhos, esperar a sua vez na fila e devolver o troco correto (já paguei um salgado de 2 reais com uma nota de 10 e ganhei 20 reais de troco, que imediatamente devolvi), compaixão com o próximo, a ter firmeza nas atitudes e a sempre ter humildade. Sempre me diziam que eu já era um campeão e um vencedor e sempre se orgulharam de mim. Eu e meus irmãos tomamos umas chineladas e uns tapas na bunda, mas hoje sou grato por isso. A educação foi perfeita e isso reflete diretamente no homem que eu me tornei. Aproximadamente aos meus doze anos de idade, no início da puberdade, eu mudei. E é estranho não saber muito como aconteceu, mas de repente eu já era outro Daniel. A criança super sorridente, mas extremamente medrosa e introspectiva já não era mais tão sorridente, mas agora não vivia sem os amigos. Eu continuava fugindo de brigas, mas já não tinha medo delas. Eu me apaixonei pelo Palmeiras vendo o amor real que meu irmão Caio sentia pelo time e aos poucos o futebol se tornou um amor para o resto da vida até pra mim. Foi um privilégio mudar. Foi um privilégio passar a ter coragem. Foi um privilégio crescer e aos poucos me entender tão profundamente como hoje me entendo. Aí me apaixonei também por WWE (sim, eu sei que as lutas são coreografadas, mas aí é que mora a beleza do espetáculo). Foi um privilégio ter o Carlos e o Marcus sempre por perto nessa época (mais tarde um pouco o ET também; uma amizade que surgiu quando eu o ensinei a jogar Ragnarok) e poder ser o irmão mais velho legal dos amigos do meu irmão caçula (caraca, como os meninos me idolatravam). Também foi uma tremenda sorte uma menina ter se interessado por mim e ter me deixado saber disso! Caso contrário eu poderia ser bv até hoje! Hahahahahahahahahahahah... Thank you!

Aí fui pra Mace e passei três meses sem falar com ninguém (não por opção). Senti na pele o quanto era doloroso ser um fantasma. Eu queria não ser invisível, mas eu nunca fui bom em iniciar papos e começar novas amizades (por essas e outras fui acusado de ser metido). Nesse período, só um menino veio falar comigo. Veio avisar que uma amiga dele queria ficar comigo. Eu só tinha beijado uma menina e tinha medo de fazer feio e hesitei. Acabei dispensando a menina sem querer, mas mesmo assim a conversa me fez bem. Aprendi que mesmo sendo um fantasma alguém poderia me ver e isso encheu meu coração de esperança. Esperança que se confirmou quando numa aula de educação física o Jeann me acolheu e eu finalmente tinha um grupo. Duni, Jeann, Nicolas, Thiago José, Irineu! Um grupo estranho pra cacete (eu era quase totalmente comum), mas era o meu grupo e eu me sentia bem com eles. Já não era mais um fardo ter que ir ao colégio (e mesmo assim eu faltava de vez em quando porque minha casa sempre vai ser mil vezes mais legal que um colégio). Talvez nenhum deles saiba, mas eu estava beirando o abismo quando me acolheram. O ano seguinte foi mais fácil e fiquei amigo do Mario Pedro (um sujeito simples e tranquilo; foi ele o alvo da minha primeira bola de papel higiênico molhado e grandes batalhas se iniciaram no banheiro da Mace após o meu ataque; e acreditem vocês ou não vi duas mulheres arrancando os cabelos e roupas brigando por ele na escola), do Murilo (ou Liu), do Álvaro, do Leandro, do João e do Nunes. Todos bons amigos que eu respeito muito até hoje independente de qualidades ou defeitos. Foi o ano que fiz academia até ficar bombadinho e muitas mulheres passaram a me olhar diferente (comprovando a minha teoria de que 90% ou mais das mulheres novas observam primeiramente o porte físico do homem). O outro ano que veio foi um dos melhores da minha vida. 2009! Fiquei amigo do Alex Sander (ainda levaremos os meninos para andar de bicicleta), e mantive minha amizade com o João e o Nunes. Conheci e fiquei também amigo do Yuri (apesar de levar um amigo estranho com intenções estranhas no bar uma vez, querendo provar sua masculinidade mais ou menos tentando dar ou receber alguma coisa em troca do carro dele), do Everlon, do Ricardo, do Ronan e do Edilson! Fiquei amigo também do Henrique, do Lucas, do Lucas Paulo, do Renan, do Cauê, do Gordo, do Godoy, do Kazuo e do Luiz Henrique! Sinto falta deles, mas tenho boas lembranças a qual me apegar e estou feliz de vê-los felizes. Quanto a minha turma escolar de 2009 sinto saudades de todos, sem exceção. Apoiavam até os meus discursos (eu era o líder da sala e era sempre aplaudido quando discursava). Fiz minhas primeiras amigas também! Allana, Agne, Marcella, Jéssica, Thamyres, Ana Luísa, Lay, Letícia e Isa. Acho que eram as que eu mais considerava.
 

Foi um ano simbólico pra mim. O João uma vez me disse que era porque foi um ano que eu fui protagonista. Eu pensei bastante sobre isso, e conclui que ele estava enganado. Foi especial porque eu tive muitas experiências e estive sempre cercado de bons amigos e muita gente que gostava de mim. Foi especial porque até um campeonato de vídeo game era algo engraçado e divertido! Foi engraçado porque enquanto eu tinha amigos, eles me tinham também. Por isso 2009 é diferente. Eu me reergui depois de um final 2008 que não acabou bem. Ri muito, fiquei bêbado muitas vezes, abracei meus amigos, minha família, tive meus pequenos romances, fiquei livre das espinhas (fiquei bonito, rsrs). Viajei, me iludi, me ferrei, me diverti, zoei, viajei de novo. Matei muita aula! Acho que nenhum professor me apontaria como o organizador das fanfarras, mas era eu geralmente. Passar álcool em gel na maçaneta da porta (os professores não conseguiam entrar), urinar no pote do sabonete líquido (essa foi invenção minha e eu só revelei para meus melhores amigos), descer a escada de emergência, pular o muro, ligar na escola fingindo ser meu próprio pai ou o pai dos meus colegas (essa eu também criei e usei muito). Eu dizia para o coordenador ou coordenadora:
Sim. Ele tem médico. Fale para ele ficar na Rua 26 de Agosto que eu estou passando buscá-lo em dez minutos. E menos de cinco minutos depois o inspetor aparecia e dizia:
Daniel Possari com material. Queria aproveitar para pedir desculpas públicas para uma colega, que dispensei da aula 7:30h e ela ficou até 12:20h esperando pai dela que na verdade nunca disse que ia buscá-la (os guris me convenceram, perdão). Ainda na metade do mesmo ano, comecei a fazer umas rimas. Aí começaram e me chamar de poeta e eu acreditei nisso, mas não completamente. Fato é que eu fazia umas rimas razoáveis (nunca me agradaram tanto), mas aí descobri que eu conseguia escrever, e já me aproveitando da boa fama que o blog trazia e com um incentivo mais resolvi me arriscar aqui. As primeiras postagens deste mesmo blog costumavam falar sobre a minha rotina. Quase como um diário. E aí eu fui mudando e mudando. Vieram as rimas e continuei aprimorando a minha escrita, mas fui perdendo um pouco da essência das antigas postagens. Comecei a falar mais das coisas absurdas que eu presenciava e vivia do que de amor, ou de rimas, ou de qualquer outra coisa. É um privilégio reler o blog do começo até aqui e ver quem eu me tornei. Eu tenho muito orgulho! 



Em 2010 conheci o Tannus, o Fernando, o Pedro (Seu Cuca), o Antônio, o Leozitor, o Fausto (e muitas outras pessoas não tão importantes pra mim). Fiquei mais amigo do Kyoshigue, que já conhecia da Mace. Ao menos esses eram os meus amigos e eram os caras que eu queria por perto. Na metade do mesmo ano me apaixonei mais uma vez, mas eu não poderia imaginar que ia ser a primeira vez que eu ia amar alguém. Se antes eu achava que tinha sentido algo próximo disso hoje eu sei que não. Estou com a Gi desde 2010 e apesar dos pesares, das balançadas, ainda estamos equilibrados na mesma linha e de mãos dadas. Eu não me imagino de mãos dadas com outra mulher. Foi em 2010 também que comecei a ter um problema de saúde do qual até hoje não consegui me livrar completamente, mas graças a Deus está diminuindo e não é nada grave. Aprendi muitas coisas ao longo dos últimos cinco anos e uma delas é que há um preço por se afastar independentemente de seus motivos. Eu perdi muitos amigos, mas em tempos de necessidade um homem precisa saber ser homem e escolher suas lutas. Eu esperava poder vê-los, e abraçá-los, e tomar uma cerveja quando o incomensurável furacão que surgiu na minha vida passasse. Quando ele se foi não havia quase mais ninguém aqui. Fortaleci-me e passei a estudar o comportamento das pessoas e a não guardar mágoa. Sou mais culpado do que meus amigos pelo afastamento e admito isso. Comecei a me empenhar em entender as pessoas e vi muita coisa diferente. Vi rapazes traindo suas namoradas (que juravam ser o amor de suas vidas). Vi maridos traindo esposas (que tinham filhos pequenos). Vi meninas indescritivelmente lindas ficando com caras horríveis (de aparência e principalmente de conduta) ou que estavam pegando o ex ficante delas (Kkkkkk). Vi amigos se tornarem inimigos, vi pais enganarem os filhos, vi o amor nascer e vi o amor morrer. Vi uma menina estar super afim de mim e me odiar do dia para a noite após ouvir o que os amigos dela tinham a dizer a meu respeito. Senti a maior parte dessas coisas na pele assim como pela primeira vez na vida senti ódio puro por ter sido enganado por mais de uma pessoa importante pra mim e com coisas gravíssimas. Aprendi a ver o coração das pessoas e hoje sou bom nisso. Aprendi a entender as motivações dos outros embora possa discordar da maneira como agem. Mentiras, traições, e omissões nunca estarão no caminho que escolhi. Também tenho de agradecer aos outros amigos que fiz de 2011 pra cá. Mateus, Allana, Bolbi, Vic, Lizandra, e Paula Nélly são os mais chegados, mas também tem a Sarah, o Moza, a Bianca, o Fábio, a Ana, a Ani, a Kath, a Taís (que me ajuda muito), o Lucas com quem trabalhei um mês, o outro Lucas e o pessoal da PGM que eu amo e os mirins (Hygor, Keoma, Kennedy, Igor, e Valmir e os tempos de carteado em segredo). Um abraço para o Gui que apesar de bem mais novo é também um grande amigo. Outra coisa que não contei é que eu também escrevi um livro e decidi que nunca ia publicá-lo. A ideia era boa, mas definitivamente não estava pronta para o mundo. Hoje estou terminando outro e acho que em breve terei uma boa história para compartilhar com todos! Eu me reinventei várias vezes. Sou um homem simples, mas gosto de coisas excepcionais. Preciso de pouco para ser feliz, mas não sou feliz sem motivo. Conservei-me como sou e a quem quiser saber, não tenho vergonhas de lhes contar tudo a meu respeito. Errei assim como todos erram ao longo da estrada, mas meus erros foram essenciais para o meu aprendizado e crescimento e raras vezes os repeti. Nunca traí amigos, família ou namoradas, e sempre defendi quem era importante pra mim. Aprendi a amar as pessoas, a perdoá-las, e principalmente a aceitar como cada um é singular. Eu passei por metido muitas vezes na minha vida por não conseguir falar em público. Se eu sair com você duas vezes provavelmente me achará quieto e reservado, mas se sair comigo cinco eu duvido que não sejamos amigos. E eu sou assim, sabe? E vou tentando ser melhor a cada dia, pois se você me perguntar o que eu considero o meu maior privilégio, a minha resposta é simples.

Estar aqui! Ter nascido e viver neste planeta é o meu maior privilégio. Viver 22 anos (e tomara que muito mais) é meu maior privilégio! Trazer alegria, coragem, e esperança para os outros é um privilégio! Dizer a verdade, ser alguém de caráter, melhorar o mundo! Isso tudo é muito mais do que eu poderia pedir! Estou aqui e agradeço ao Criador seja ele quem for por isso! A única maneira que eu conheço de honrar meus privilégios é sendo a melhor pessoa que eu posso ser e trazer ao mundo mais amor, mais esperança, e mais felicidade. E eu juro por tudo que existe de importante pra mim que eu não vou parar até conseguir. Não vou me acovardar! Vou me manter honesto, digno e verdadeiro. Não vou aceitar as ilusões. Quero ver, e ouvir, e sentir o que é real e sempre vou querer mesmo quando isso for doloroso. Sinto orgulho de quem sou, mas ainda estou longe de ser o homem que pretendo ser. Só desejo ter tempo para realizar todos os meus sonhos e conquistar meus objetivos!


Bom, é isso. Agora que terminei o post, eu percebi. Eu não tinha quase nada a dizer e mesmo assim disse. Eu me abro muito por aqui e falo sempre muito da minha vida e eu tenho vontade de saber quem acompanha as minhas postagens e minhas expectativas e etc. Vou fazer algumas perguntas e se você que me lê quiser responder, vou deixar o meu e-mail no final da postagem. Pode responder do seu e-mail ou de outro se não quiser se identificar, nós podemos conversar mesmo assim. Eu gosto da ideia de interagir com vocês. Tenham um bom final de semana! :)

1. Qual é a sua cor favorita?
2.
Qual é o seu livro favorito?
3. Qual foi a primeira coisa pela qual se apaixonou de verdade?
4.
Se você pudesse ter um super poder qual seria?
5.
Quais são suas maiores expectativas?
6. Qual é o seu filme favorito?
7.
Qual é a sua banda favorita?
8. Qual é o seu maior sonho? 

Contato: daniel_possari_10@hotmail.com

"How many roads must a man walk down 
 Before they call him a man? 
 How many seas must a white dove sail 
 Before she can sleep in the sand?"