quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Eventualmente encontrando

Eu não sei o que vim fazer aqui hoje, mas quem procura eventualmente encontra, certo? Eu sempre senti que este espaço me acolheria tão bem quanto poderia, e que não me deixaria morrer antes do momento certo. Assim como Macabéa eu terei a minha hora da estrela. Hoje quero saber a sua opinião, meu leitor. Pode um blog manter alguém vivo? Minha resposta é sim. Nunca apaguei uma vírgula do que escrevi aqui e vai ser assim para o resto dos meus dias (e espero que o blog permaneça aqui até lá). Eu já fui muito cabeçudo, e ignorante em alguns assuntos, mas no desespero e fogo da minha juventude eu precisava falar. Eu precisava extravasar o meu sentir e embora mesmo aqui eu tenha sido julgado inúmeras vezes, nunca deixei de estender a minha mão em prol das boas causas nas quais acreditava. Eu compartilhei aqui quase que exclusivamente meus momentos de rimas infantis (quando mentiram para mim que eu era bom nisso) e meus momentos de fúria incandescente. Assim tenho dois espelhos de como eu costumava ser no passado: minha boa memória e meu blog. Certamente há coisas e talvez posicionamentos aqui que me deixarão envergonhado, mas me orgulho da minha evolução ao longo dos anos mais do que da sombra do que eu fui um dia. Reconheço que a menor parte do blog é destinada a falar de vida, liberdade, amor (e isso não me agrada) e espero ser capaz de mudar isso daqui pra frente. Tendo isto em vista, chego até a pergunta que queria fazer aos meus leitores desde o início. Você assim como eu provavelmente já chegou a conclusão de que o mundo precisa de mais amor e menos ódio, mas se o mundo precisa de mais amor por que ele normalmente o rejeita? As perguntas mais difíceis que fazemos são aquelas que as respostas passam longe da ponta da língua. O amor é receptivo, é abrasador, é contagioso, e é em muitos aspectos a melhor coisa que se pode encontrar na vida. Por que diabos então as pessoas rejeitam o amor?


Se você achou que eu teria uma resposta para uma pergunta tão problemática errou feio. Tenho vagas ideias, mas nada embasado e concreto. Nada perto do que é preciso... Eu seria muito presunçoso se aos meus vinte e três anos pensasse que tenho maturidade para resolver algo tão complexo. Todos nós sabemos que a resposta para a vida, o universo e tudo mais é 42, mas ainda não conseguimos descobrir qual era a pergunta. Você faz alguma ideia? Brincadeiras à parte, uma resposta é somente uma resposta sem a pergunta. Em outras palavras você precisa muito mais da pergunta do que da resposta. Você já fez outras indagações no seu âmago que te fizessem pensar e repensar na sua vida? Porque você vê o quanto isso soa simples, mas sabe também o quanto suamos antes de ter coragem o suficiente para interpelar a nós mesmos a respeito de assuntos essenciais. Por que nos machucamos se sempre existe alguém que se importa com a nossa vida? Por que muitas vezes esperamos ser valorizados por pessoas que nos desprezam? Por que rejeitamos o amor? O mundo está desmoronando mais uma vez e só pensamos em falar na queda. Não pensamos em evitar a iminente queda, pois no fundo a maioria de nós crê ser fraco. Tentamos nos convencer de que somos fracos a ponto de não poder se meter em questões tão grandes como o futuro e o destino do mundo, mas então onde vamos parar? Quanto mais continuaremos cavando em busca do fundo do poço? Até quando continuaremos a exigir que as pessoas sejam simplesmente diferente do que são? Até quando continuaremos a acreditar do fundo de nossos corações que temos o direito de decidir pelos outros? Por que não paramos com esse egoísmo sem limites e começamos a tomar decisões de maneira a controlar somente as nossas próprias vidas que parecem sempre sair do controle? Eu simplesmente não sei.


Todos os dias eu fico pensando nas coisas complicadas e sou um homem assumidamente frustrado por não saber como resolvê-las. Quero resolvê-las, porém, e por isso continuo pensando sem parar. Confesso que às vezes vou dormir com a cabeça quente, e que também já chorei diante da minha impotência diante de situações que fugiam do meu controle, mas não existe queda vergonhosa se você faz as coisas como elas precisam ser feitas. Não existe vergonha em cair tentando lutar por algo que você sente no fundo do seu coração, mais do que tudo, que vale a pena. E é por esse sentimento que percorre minhas entranhas que eu juro que não vou me esconder nas tentativas de resolver os meus problemas, pois sei que estes são só meus, mas também não vou deixar de me preocupar com o futuro do mundo, pois eu tenho a minha responsabilidade para com ele também. No momento, o lado pessimista (ou realista) está vencendo, mas isso não significa que a batalha esteja perdida. Ainda podemos fazer com que este lugar seja melhor do que é. Lembramos que somos parte de um todo, mas raramente nos lembramos que o todo é parte de nós também. Eu não tenho interesse em saber se você é de direita ou de esquerda, se é heterossexual ou homossexual, se ama ou odeia a presidente. Não tenho interesse no seu credo, nem na sua cor, pois vejo todos vocês como pessoas iguaizinhas a mim. O que nos diferencia uns dos outros é o pensar e o agir. Meu único interesse em você que me lê é pedir para que nunca feche os olhos para a realidade do mundo e lute sempre por ele. Pense nele assim como pensa nos seus amigos mais queridos, pois o mundo também precisa de ajuda. Faça sua parte hoje. Respeite os outros. Tenha empatia para com aqueles que sofrem para que possa entender seu sofrimento e tenha empatia para com aqueles que fazem sofrer para que seja capaz de convencê-los de que há outros caminhos além deste. O ser humano é o equilíbrio, o reflexo de tudo o que existe. É ao mesmo tempo dia e noite, luz e escuridão, beleza e destruição. É, sendo humano, a única coisa que pode ser. Não posso obrigar ninguém a nada e hoje sei disso. Por mais impetuoso que você seja, por mais que carregue a verdade na sua espada e escudo, existem pessoas que morrerão mentindo e guerras que devem ser evitadas a todo o custo. Não há trunfos, pois não há também vencedores e perdedores. Tudo o que há são pessoas, e a nossa necessidade mais urgente é fazer com que as pessoas (TODAS ELAS) possam se entender. Como fazer isso é outra pergunta complicada, pois a maioria das pessoas procura se desentender, mas eu vou continuar acreditando que existe um jeito e algum dia eu vou encontrá-lo. O meu maior sonho é poder oferecer às pessoas essa chance de pensar mais até que entendam que as coisas podem ser diferentes, que de verdade, podemos nos entender. Sonho em alguma forma de oferecer a todos uma chance de valorizar mais a si, aos outros, e ao mundo. Quero amolecer os corações mais rijos, fortalecer as almas mais machucadas, e sempre estar lá para aqueles que precisarem de mim. Assim, juro que quando for capaz de fazer tudo isso eu posso ir embora deste mundo com meu melhor sorriso no rosto. Fiquem bem! Tenham um bom final de semana!

"Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti". John Donne.

Obs: Se você possuir algum dos livros que citarei a seguir, pode me emprestar para janeiro? Segue a lista: Alice no País das Maravilhas (e sequências do autor Lewis Carrol), O Pequeno Príncipe, O Mágico de Oz, Drácula (1897), As Viagens de Gulliver e O Retrato de Dorian Gray. Os citados e As Crônicas de Nárnia são as minhas leituras pretendidas para janeiro e fevereiro. Não sei o tamanho dos respectivos livros, mas terei bastante tempo livre e pretendo ler todos os que conseguir emprestado. Obrigado! Beijos! 

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