domingo, 1 de maio de 2016

As Crônicas de Nárnia

Galera, muita coisa nessa vida é boa, mas você já gostou muito de uma música a ponto de não conseguir não cantá-la toda vez que ela toca? Isso acontece comigo escutando uma música em japonês que eu aprendi a cantar! É uma música que me arrepia na alma, e eu queria saber tocar piano só para poder tocar essa música. Quando você sente sua alma vibrar com algo que você jamais imaginaria começa a perceber coisas antes imperceptíveis, e passa a notar até o invisível. Você já se sentiu assim? Alguma música mexeu com você a ponto de você sentir que era algo sobrenatural? Estou desviando totalmente do foco, mas tinha essa curiosidade para com meus leitores, e se, você for um pouquinho como eu, pode me mandar uma mensagem me contando sobre as coisas que mexem com a sua alma e com o seu coração. Poucas coisas mexem tanto assim comigo, mas algumas delas passaram a ser uma certeza. Músicas, textos, lições, mestres. Rostos cravados em minha memória, palavradas gravadas em meu coração. Vocês alguma vez já escutaram o nome Clive Staples Lewis? Talvez o conheçam por C.S Lewis. Ele é um escritor irlandês famoso por seus escritos cristãos e conhecido pela maioria como o escritor do livro “As Crônicas de Nárnia”. Hoje venho falar para vocês um pouco deste livro que foi escrito para crianças, mas que é dotado de uma sensibilidade raramente vista nos dias atuais e que me encantou de maneira singular.


Para começar é importante dizer que “As Crônicas de Nárnia” não entra na lista dos meus livros favoritos, mas foi o primeiro livro que li em muito tempo que fez uma abordagem suave a respeito do ser humano e principalmente de Deus. O livro é dividido em sete contos: 1) O Sobrinho do Mago, 2) O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa, 3) O Cavalo e seu menino, 4) Príncipe Caspian, 5) A Viagem do Peregrino da Alvorada, 6) A Cadeira de Prata e 7) A Última Batalha (este o que mais gostei). Dispus a ordem dos livros na cronologia dos contos, mas não necessariamente na ordem de qual foi escrito primeiro. Se você leu o livro ou assistiu aos filmes deve ter chegado à conclusão de que Aslam é Deus (ou Jesus Cristo). Pra mim ele se assemelha mais a Deus. O Grande Leão sempre está lá para os narnianos e para aqueles que Nele acreditam, mas é preciso ter fé para vê-lo ou contar com sua ajuda. O grande barato é que Aslam não aparece quando os narnianos ou os amigos de Nárnia (entenda-se “amigos de Nárnia” por humanos que vão do nosso mundo para Nárnia) simplesmente desejam, mas se revela de maneira imprevisível quando eles mais precisam. O leão inspira todos os bons ao redor e faz tremer todos os maus, mas a todos dá uma sensação contraditória. Todos os personagens o descrevem como terrível e maravilhoso simultaneamente. É muito amoroso, mas é igualmente rigoroso. Entendo que Lewis queira mostrar que Deus é maravilhoso em toda sua grandiosidade, mas é bom para os bons. Deus perdoa e é benevolente, mas não é brando. Deus é firme e deve ser amado e também respeitado (temido). Entendo por essa única obra “As Crônicas de Nárnia” que Lewis quer nos dizer que precisamos entender que Deus não é de brincadeira, e que não podemos ser irresponsáveis e inconsequentes com as nossas atitudes. Tudo o que fazemos gera consequências sejam elas boas ou ruins. Todas as sete crônicas de Nárnia são leves e de fácil leitura, e fiquei muitíssimo contente de tê-las lido. Outra coisa que também me deixou admirado foi a conclusão das crônicas e por isso recomendo a leitura do livro todo. Assim como Lewis faz um paralelo entre o leão e Deus, faz também um paralelo entre o diabo e uma criatura chamada Tash. Não posso discorrer mais sobre, pois estaria dando a vocês spoilers sobre essa obra maravilhosa que merece ser lida. Os filmes não chegam perto de mostrar o que são “As Crônicas de Nárnia” então a minha dica é para que vocês leiam!


Uma curiosidade é que Clive tinha muitos amigos ateístas e tentava se convencer sobre ser também um ateísta na época em que aceitou Deus. Estranhamente acabou se tornando um cristão fervoroso, que inclusive dedicou parte de sua vida escrevendo sobre Deus. No Youtube é possível encontrar diversos documentários, a famosa entrevista que ele deu no rádio durante a segunda guerra, e até outras entrevistas muito interessantes acrescidas por curiosidades. Gosto do universo de Nárnia assim como de muitos personagens, e acredito que entenda o que Lewis quis passar como mensagem. Não gosto, porém de misturar elementos do nosso mundo com o mundo imaginado e nesse sentido a única coisa que realmente me incomodou um pouquinho foi a presença do Papai Noel. Confesso que achei meio sem nexo o bom velhinho aparecer por lá, mas faz parte. Nada que estrague a obra. A mescla de mitologias e a própria mitologia criada pelo autor são para mim notáveis e admiráveis. Para quem quer mais uma curiosidade, acho interessante destacar que C.S Lewis e J.R.R Tolkien (escritor de O Senhor dos Anéis, etc) eram amigos, mas embora possuíssem mesmo algum laço de amizade, Tolkien detestou a obra “As Crônicas de Nárnia”, o que na época levou Lewis a ficar bastante chateado. Eu sou fã de ambos e já li alguns livros de Tolkien e somente “As Crônicas de Nárnia” de Lewis. Certamente quando estiver empregado vou gastar mais dinheiro com esses dois gênios que são capazes de me inspirar inacreditavelmente. Disponho a seguir uma entrevista de menos de dez minutos sobre C.S Lewis que recebe o título de “Do Ateísmo ao Teísmo” – https://www.youtube.com/watch?v=JqzE0qzBilY . Respeito todos os tipos de crença, e não sou nem tão certo quanto as minhas, mas sei que independente delas, eu sigo um caminho de retidão e de bondade, e que isso é tudo o que importa. Boa semana para todos vocês! Deixarei abaixo uma frase óbvia, mas que nem todos pensam a respeito. Fiquem bem! Beijos!

"Cada vez que você faz uma opção está transformando sua essência em alguma coisa um pouco diferente do que era antes". C.S. Lewis. 

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